Alzheimer

Alzheimer: estudo revela célula que está por trás da perda de memória

Uma nova pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, descobriu que a microglia, um tipo de célula imune do cérebro, está por trás da perda de memória no Alzheimer. O estudo foi publicado no periódico Journal of Neuroscience na quarta-feira (21). Geralmente, a microglia repara sinapses, destrói células moribundas e elimina o excesso de proteínas beta-amiloide (relacionadas a esse tipo de demência).

Entretanto, os pesquisadores mostraram que a doença pode fazer com que essa célula funcione de forma exagerada, matando células importantes para a formação de memórias.

Microglia e memória
Pesquisas anteriores mostraram que quando camundongos saudáveis são colocados em um ambiente onde podem se exercitar, brincar e interagir entre si, eles têm um enorme aumento de novas células cerebrais criadas no hipocampo, parte importante do cérebro para memória.

Mas quando os ratos portadores de mutações em dois genes chamados presenilina 1 (PS1) e presenilina 2 (PS2) são colocados em um ambiente enriquecido, eles não mostram o mesmo aumento nas novas células cerebrais. Os animais também começam a mostrar sinais de ansiedade, um sintoma frequentemente relatado por pessoas com Alzheimer de início precoce.

De acordo com os pesquisadores do estudo atual, o Alzheimer normalmente causa inflamação na microglia e quando ela encontra células cerebrais recém-formadas com mutações PS1 e PS2 no cérebro, pode reagir exageradamente e matá-las prematuramente.

Sangram Sisodia, principal autor, acredita que essa descoberta sobre o papel da microglia abrirá outro caminho importante para a compreensão da biologia do Alzheimer.”Eu estudo beta-amiloide há 30 anos, mas há algo mais acontecendo aqui, e o papel da neurogênese (formação de novos neurônios) é realmente subestimado”, disse ele. “Essa é outra maneira de entender a biologia desses genes que sabemos afetar significativamente a progressão da doença e a perda de memória”

Como o estudo foi feito
Os pesquisadores deram aos ratos um medicamento que causa a morte das células microgliais e descobriram que ao fazerem isso, a formação de novas células no hipocampo voltou ao normal.

Os camundongos com mutações no gene presenilina, mas sem a microglia, foram então colocados em um ambiente enriquecido e estavam bem; eles não mostraram nenhum déficit de memória ou sinais de ansiedade e estavam criando o número normal esperado de novos neurônios. “Depois que você limpa a microglia, todos esses déficits que você vê nesses ratos com as mutações são completamente restaurados. Você se livra de um tipo de célula e tudo volta ao normal”, escreveram os pesquisadores.

Como prevenir o Alzheimer?
Coma de forma saudável – Priorize o consumo de vegetais, frutas, sementes e peixes, além de limitar açúcar, carboidratos refinados, gordura saturada e trans. Estudos indicam que a dieta mediterrânea pode ser útil para a prevenção das demências. Alguns nutrientes específicos, como ômega 3, a vitamina E e o resveratrol (presente na uva), já foram associados à redução de risco, mas não há evidências de que tomar suplementos com essas substâncias diminua a possibilidade de ter Alzheimer.
Pratique atividades físicas – Além de preservar a saúde como um todo, os exercícios também têm um papel importante para as funções cognitivas. Tenha hábitos saudáveis Cuide de eventuais doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, depressão e hipercolesterolemia, e vá ao médico regularmente. Durma bem, não fume e evite o consumo de bebidas alcoólicas.
Cultive o lazer e tenha uma vida social ativa –  Conversar com os amigos, ter um hobby, fazer cursos e ter uma vida intelectual rica ajuda a garantir uma reserva cognitiva, o que pode adiar os sintomas se a pessoa ficar doente.

Fonte: uol.com.br